O planejamento anual já está em andamento. É nesse momento que indústrias de transformação — como siderurgia, mineração, metalurgia, fertilizantes, papel e celulose — revisitam suas metas e constroem o orçamento do próximo ano. E uma questão sempre retorna: perseguir volumes recordes é sinônimo de competitividade ou o verdadeiro diferencial está em encontrar o ponto ótimo entre custo, qualidade e ritmo de produção?
Muitas das decisões táticas e estratégicas podem ser traduzidas no triângulo "ritmo de produção × qualidade × custo". Os três vértices estão em constante tensão, e mover um deles desequilibra os outros. A arte da gestão industrial está em reconhecer esses trade-offs e decidir até onde vale a pena ir em cada direção.
Mineração: quando mais não é melhor
Na mineração, forçar o ritmo significa pressionar britadores, peneiras e usinas de beneficiamento além do ótimo, resultando em perda de eficiência na classificação e queda na qualidade dos produtos. Esse desvio pode reduzir teor de Fe e gerar produtos fora da faixa contratual, diminuindo o prêmio no mercado.
Mas nem sempre reduzir produção é prejuízo: em alguns casos, pode ser mais inteligente complementar massa de produção própria com produtos de terceiros. Quando bem escolhidos, esses insumos externos elevam a qualidade média do blend final e aumentam o valor de venda, mesmo que o custo imediato da aquisição pareça maior. Aqui, o triângulo se mostra claro: abrir mão de um pouco de produção própria para ganhar em qualidade pode proteger ou até aumentar a margem líquida.
Na siderurgia, o equilíbrio é ainda mais sensível. O processo industrial é formado por múltiplas etapas, nas quais produtos intermediários alimentam operações subsequentes e frequentemente competem com alternativas compradas no mercado. Nesse contexto, os três vértices do triângulo — custo, qualidade e ritmo — se entrelaçam em um verdadeiro quebra-cabeça, exigindo visão global para chegar às melhores decisões.
*Coque e sinter de maior qualidade: encarece a operação localmente, mas aumenta a eficiência do alto-forno, reduz consumo total de combustível e acelera o ritmo produtivo.
*Sinter ou pelota? O sinter pode parecer competitivo frente à pelota — que aparenta ser mais cara —, mas o quanto isso continua válido com altíssimo consumo de cal para compensar a queda de qualidade do sinter feed?
*Oportunidade de compra de sucata…vamos reduzir o ritmo do alto-forno? Isso tem como impacto de aumentar o teor de silício no gusa, o que ajuda no balanço térmico do convertedor. Porém, esse gusa mais rico em Si pode gerar queda de produtividade e maior consumo de fundentes.
Em cada caso, a decisão isolada em um vértice — seja ritmo, seja custo — só faz sentido se o impacto sobre qualidade e margens for considerado.
É nesse cenário que a Cassotis atua, aplicando modelos matemáticos prescritivos que calculam o ponto ótimo do triângulo, respeitando todas as restrições logísticas, contratuais e operacionais. O impacto é significativo:
*Na mineração: ajudamos a equilibrar blends, decidir quando limitar produção, aumentar a qualidade e avaliar se a compra de terceiros aumenta valor líquido.
*Na siderurgia: apoiamos na definição da melhor carga metálica (gusa, sucata, sinter, minério) e o uso de carvão, coque e utilidades de forma geral, garantindo aço ao menor custo possível com metas de qualidade e produção alcançaveis.
Com isso, decisões que antes dependiam de experiência ou hipóteses passam a ser sustentadas por inteligência prescritiva, transformando dilemas operacionais em vantagem competitiva.
O maior impacto não está apenas nos milhões economizados, mas na mudança de cultura.
*Na mineração, operações, beneficiamento, logística e comercial passam a se alinhar.
*Na siderurgia, redução, aciaria, compras e planejamento falam a mesma língua: minimizar o custo global da planta como toda.
Produzir mais nem sempre significa ganhar mais. Muitas vezes, o recorde é silenciosamente a pior decisão. A verdadeira liderança está em enxergar o triângulo "produção–qualidade–custo" como um sistema integrado e buscar o equilíbrio certo em cada momento.
A Cassotis apoia empresas que querem transformar esse paradoxo em vantagem competitiva — provando que, às vezes, produzir menos é o único caminho para ganhar mais.